Vocês sabem o que é patrimônio inteligente?
Alcilia Afonso
BARACHO e CASTRO (2002) em estudos
sobre o tema de “patrimônio inteligente” que vêm realizando, e que serviu de
estudo correlato para nosso projeto de pesquisa sobre o Pátio ferroviário- colocaram que
a cultura constitui um subtópico para a análise das cidades
inteligentes, e o patrimônio cultural um subtópico da cultura, o que explica
que, juntos, esses dois assuntos estejam presentes em apenas 11% das
publicações brasileiras sobre cidades inteligentes.
O conceito de Smart Heritage City (SHCITY,2018), segundo a organização europeia, trata-se de: “um projeto do programa Interreg Sudoe que abordará o desafio inovador de criar uma ferramenta única de código aberto para gestão de centros urbanos históricos e facilitar o trabalho das autoridades competentes na tomada de decisões”.
Em Campina Grande, estamos iniciando uma ação no pátio ferroviário da Estação Nova, que é composto por um conjunto protomoderno com cinco edificações e uma grande área urbana, formado por meio da poligonal entre a Av. Prof. Almeida Barreto, Av. Almirante Barroso e Av. Almirante Barroso- no bairro Centenário, e que faz divisa com o bairro do Quarenta, área com ocupações urbanas e graves problemas sociais.
O conjunto é formado por uma extensa área, composta por duas praças (pracinha da 8ª residência e a praça da Estação), que serviam de locais de encontros e desencontros da sociedade campinense naqueles anos.
Foto montagem do edifício da Estação Nova. Fonte: Alcilia Afonso. 2020
O monitoramento do pátio durante o tempo em que o processo de salvaguarda esteja em andamento deverá ser realizado por ferramentas digitais, como câmeras, VANT, e para tanto, serão contactados na próxima etapa das ações do grupo de pesquisa, os órgãos municipais que possuam equipamentos e sistemas em suas estruturas para viabilizarem tal ação.
Que produtos temos gerado para somar? E poder contribuir no processo de salvaguarda e de conservação física do pátio ferroviário?
Nesse sentido, a coordenadora do
grupo de pesquisa, e autora desse artigo, aprovou um projeto de pesquisa de
iniciação científica /PIBIC com bolsa do CNPq para que um aluno possa durante
um ano (outubro de 2021 a outubro de 2022) organizar o acervo existente e
monitorar os passos que estão sendo dados pelos distintos atores que estão
trabalhando para a revitalização da
área.
Como ação paralela do grupo de
pesquisa, a disciplina ministrada de Atelier de projetos integrados de
arquitetura e urbanismo da UFCG, desenvolveu na área de arquitetura as etapas
iniciais para o desenvolvimento de projetos de intervenção no patrimônio
edificado, seguindo os princípios projetuais sugeridos por RIBEIRO (2008) e
apoiados na teoria da Restauração (BRANDI, 2005).
Assim, foram realizadas das cinco
edificações remanescentes, pois originalmente havia uma guarita, que foi
demolida, os estudos de anamnese das cinco edificações, acompanhados dos estudos
das patologias construtivas das mesmas, contendo mapas de danos com as fichas de
identificação de danos/ FID’s com levantamento fotográfico por câmeras digitais
e por droners/ VANT;
Imagem produzida por VANT. Fonte: Julio Uchoa.
Através da geração dessa nova documentação produzida em 2021, obteve-se
informações precisas sobre a ocupação da área, que possibilitou a imersão na
compreensão do Pátio possibilitando que os alunos e pesquisadores, após escutar
a população através de oitivas e aplicação de
questionários, formulasse um programa de necessidades para o reuso dos
edifícios.
REFERÊNCIAS
AFONSO, Alcilia. Intervenção no patrimônio edificado industrial em proposta de turismo integrado regional: o pátio ferroviário da estação nova de Campina Grande. Paraíba. Brasil. Gijón: XXI Jornadas Internacionales de Patrimonio Industrial. INCUNA. 2019.
BARACHO, Renata Maria Abrantes e CASTRO,
Juliana Martins de; O patrimônio cultural
nas cidades inteligentes. Em Questão, Porto Alegre, v. 26,
n. 3, p. 298-326, set./dez. 2020. DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245263.298-326.
BRANDI, Cesare. Teoria da restauração
/ Cesare Brandi;
tradução Beatriz Mugayar Kühl;Cotia, SP :Ateliê, 2005.
RIBEIRO.Rosina et al. Projeto e patrimônio.
Reflexões e aplicações. Rio de Janeiro: Rio Books. 2008.
SENA, Gildeon et al. Patologia das
construções. Salvador: 2B.2020.
SHCITY. Guía de Replicabilidad del Sistema SHCity. European Union. European Regional Development Fund diciembre de
2018/ SHCITY - SOE1/P1/E0332- Versión 0.1 - Em Rede:
(http://shcity.eu/adjuntos_publicaciones/SHCity-A2-Pt.pdf). Acesso
em 25 de maio de 2021.
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