Heitor
da Silva Maia Neto nasceu em Recife em 12 de outubro de 1928, filho de Heitor
da Silva Maia Filho e Marta de Castro Maia. Faleceu em Recife, no
dia 29 de dezembro de 2014, aos 86 anos, vítima de complicações respiratórias
durante uma cirurgia.
Heitor
era conhecido por desenhar muito bem, e sempre foi um bom aluno, despertando a
atenção de Russo, que desde os primeiros contatos, percebeu o interesse daquele
jovem estudante. Assim, o convidou para trabalhar como desenhista a partir de
1948 no ETCUR/ Escritório técnico da cidade universitária do Recife,
colocando-o como chefe do setor de desenho em 1949, e contratando-o
definitivamente como arquiteto a partir do ano de 1952, quando Heitor graduou-se
em arquitetura.
Sempre
atento e informado do que se produzia no país naquela época, Heitor buscava em
seus projetos, introduzir elementos plásticos modernos aplicados pelos
arquitetos cariocas à arquitetura recifense, adicionando a estas obras,
soluções de plantas racionalistas (influência de Russo) com um toque pessoal ao
propor sistemas construtivos criados pelo próprio arquiteto.
A produção arquitetônica mais marcante de Heitor em Recife, na década de 50, foi de fato, as propostas apresentadas para projetos residenciais, como as casas: Márcio Rodrigues, projetada em 1952; Sérgio Morel, 1954; Torquato Castro,1954/1958; Zildo Andrade, 1959; Gilberto Botelho,1959; José Cordeiro Castro, 1960.
Os projetos de concursos dos quais participou, como o da Biblioteca Popular de Casa Amarela de 1952, no qual ganhou o primeiro lugar, e do Monumento aos heróis da Segunda Guerra no Rio de Janeiro de 1956, que obteve o segundo lugar, foram também fundamentais para sua afirmação profissional, bem como, o projeto desenvolvido para o edifício multifamiliar 13 de Maio.
SETOR
DE ENSINO DA ANTIGA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DA PARAÍBA (1959-1961)
Atual
bloco que compõe o Centro de Humanidades da UFCG.
1_FICHA
Obra_ Edifício do setor de ensino da Antiga Escola Politécnica da Universidade da Paraíba. Atual bloco que compõe o Centro de Humanidades da UFCG.
Local _ Avenida Aprígio Veloso, 882, Universitário.
Período de projeto e obra_1959-1961
Autor _ Heitor da Silva Maia Neto
O projeto arquitetônico foi iniciado no ano de 1959, de acordo com os carimbos das plantas existentes no Arquivo Municipal de Campina Grande/AMCG, aprovado em 1960 pelo DVOP/ PMCG, sendo a obra concluída, em parte, em 1961. Nos anos seguintes, a Escola foi incorporada, inicialmente, pela UFPB, em 1970; e anos depois- em 2002, se incorporou ao campus da Universidade Federal de Campina Grande.
A
relação arquitetura e estrutura é um princípio norteador do arquiteto, conforme
colocou AFONSO (2006, p. 322), observando-se o uso de plantas criadas a partir
da modulação estrutural, presentes de forma sistemática em planta e na marcação
da volumetria.
Por primeira vez, a parte que foi construída do projeto original, foi redesenhada, a fim de resgatar os valores projetuais dessa obra, que é de uma qualidade incrível.
O
edifício fazia parte de uma proposta mais ampla, contudo por falta de recursos,
construíram apenas parte desse estudo. Originalmente, foi projetado para
abrigar o setor administrativo e salas de aulas do curso de engenharia civil da
antiga Escola Politécnica (ALMEIDA,
2019), mas atualmente, abriga setores
do Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande.
Essas
transformações de uso, ao longo dos anos, vêm causando descaracterizações na
edificação.
Para saber mais leiam:
AFONSO,
Alcilia. La consolidación de la
arquitectura moderna en Recife en los años 50 en Recife. Tesis doctoral Departamento
de proyectos arquitectónicos. ETSAB/UPC.
Barcelona. 2006.
AFONSO,
A. A arquitetura moderna de Heitor Maia
Neto em Recife nos anos 50. Niterói: 6° Seminário Docomomo Brasil. 2005.
AFONSO, A. Arquitetura do sol. Soluções climáticas produzidas em Recife nos anos 50. Arquitextos, São Paulo, ano 13, n. 147.00, Vitruvius, ago. 2012 <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.147/4466>.
ALMEIDA, Juliana Nóbrega. Acesso e permanência de estudantes egressos da escola pública no ensino superior: um olhar crítico para as espacialidades na Universidade Federal de Campina Grande, Campus Sede / Juliana Nóbrega Almeida. – 2019. Recife: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-graduação em Geografia, 2019.
RIBEIRO,
Rafael Porto. A faculdade que forja
memórias: o papel da Escola Politécnica da Paraíba na formação de uma memória
de Campina Grande (1952-1958).
Fortaleza: XVI Encontro Estadual de História do Ceará. 2018. Em rede:
http://uece.br/eventos/gthpanpuh/anais/trabalhos_completos/298-31620-05052017-015145.pdf . Acesso em 19 de junho de 2020.
TORRES,
José Valmi Oliveira. Escola Politécnica e
a construção identitária de Campina Grande como polo tecnológico (1952-1973). Campina Grande, UFCG: 2010. Dissertação de
Mestrado em História – UFCG.
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