Texto: Alcilia Afonso/ Kaki
Intervir no patrimônio edificado não é uma tarefa simples: e considero como um dos mais complexos projetos arquitetônicos que um aluno, ou profissional, execute.
Antes de tudo, deve-se possuir um conhecimento prévio, sobre os estilos arquitetônicos, suas caraterísticas, elementos projetuais e construtivos para com conhecimento e sensibilidade,pode desenvolver a intervenção.
Não se conserva apenas os imóveis antigos, mas também, o acervo recente, seja moderno ou contemporâneo. Esta discussão vem sendo tratada há anos por cientistas da área tais como Viollet-Le-Duc, Riegl, Ruskin, e tantos outros, que através de encontros promovidos pela UNESCO, e outras instituições, sempre estão atualizando a discussão: por isso, a leitura das Cartas patrimoniais é obrigatória para que deseja atuar nesta área.
Existem no Brasil, vários programas de pós-graduação destinados a capacitarem aqueles que desejam aprender mais na área- um mercado que só tende a crescer no país, pelo envelhecimento de nossa arquitetura e pela necessidade em se preservar a nossa arquitetura e as nossas cidades.
A FAUUFBA, a FAUUFMG, a UFPE, a FAUUSP, entre outras, possuem um corpo docente altamente qualificado para preparar o profissional para atuar de forma correta, e estas instituições devem ser acessadas para um melhor conhecimento de seus respectivos cursos de pós-graduação.
Temos presenciado em nossas cidades, demolições, descaracterizações, muitas vezes orquestradas por profissionais despreparados que não se aprofundaram em suas formações e especializações na área de intervenção no patrimônio edificado.
Aqui, postarei algumas dicas fundamentais, com esquemas gráficos que utilizo na disciplina que ministro no CAU/UAEC/UFCG, projeto arquitetônico 5- além de uma bibliografia básica para quem desejar se aprofundar mais.
Reforço, que são apenas"dicas": pois é uma área complexa, que possui profissionais altamente gabaritados e especialistas na área, e o que divulgo aqui, são aqueles primeiros passos que todos devem saber e seguir, apoiados todos em autores clássicos.
Vejam o primeiro esquema da proposta metodológica que adoto, e observem as etapas básicas para se dar início ao trabalho. São 3 etapas: 1) compreensão do objeto; 2) estudo das patologias; 3) conduta.
Cada qual possui produtos específicos e necessitam ser cumpridos, no passo a passo, para um resultado projetual adequado.
A compreensão do objeto necessita uma análise arquitetônica, que devido às exigências acadêmicas, criei um roteiro a fim de facilitar:
Para conservar tal patrimônio arquitetônico, conhecer as etapas do processo projetual também torna-se fundamental. Por isso, vejam o esquema abaixo, no qual baseado na proposta da professora Ribeiro(2006), apresenta-se um roteiro para as etapas do projeto em sua fase de diagnóstico do caso a ser trabalhado:
O diagnóstico é fundamental e será ele que levará à definição de uma conduta indicada ao projeto.
Em seguida, apresento mais um gráfico metodológico de estudo das patologias, a segunda etapa para se intervir na conservação, e procurar o problema patológico que afeta a obra, e daí, sofrer a intervenção em um distinto nível.
A obra pode apresentar vários problemas patológicos, em seus distintos elementos construtivos, e somente após tal análise, baseada em Tinoco (2009), se começa de fato, a conceber o que deve ser realizado no projeto.
Friso que é importante sempre projetar com critérios, e aqui, os princípios de baseiam no que colocou a Professora Beatriz Kulh(2007):
A conduta é portanto a última etapa, e é bom sempre iniciar o projeto arquitetônico sabendo distinguir cada conceito, cada tipo de intervenção. Sobre este tema sugiro que liam as Cartas patrimoniais, além de autores como Ribeiro(2006) que esclarece de forma clara cada conceito.
Após a leitura dos conceitos, o profissional saberá que cada um possui objetivos distintos e por isso, é fundamental saber distinguir cada um deles.
Conforme foi colocado inicialmente, aqui tem-se apenas uma breve introdução, e por isso, abaixo listo algumas referências bibliográficas para um aprofundamento teórico antes de se partir para a prática projetual.
Bibliografia de apoio
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https://www.even3.com.br/anais/iiisimposioicomosbrasil/. Acesso em: 24 ago. 2019.
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Alcília. Tectônica da modernidade:
desafios para a preservação da arquitetura moderna no nordeste brasileiro.
Belo Horizonte: 2º simpósio científico do ICOMOS Brasil.2018.
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ASSOCIAÇÃO
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